No fim do século XIX a Itália passava por um período de turbulência política e econômica. Politicamente o aspecto mais importante focava-se na unificação do país, gerando graves problemas econômicos em terras já prejudicadas pelo clima e a própria escassez territorial. No Brasil o problema centrava-se na falta de mão de obra e na necessidade de ocupação do imenso território. A escravidão foi abolida nesse período, estava montada a equação perfeita. Dessa equação surgiu esse livro – “Auguri, mais que um álbum” – a história das famílias italianas vindas para o Brasil, substituir os escravos e cheias de esperança de conseguir terras e, assim, construíram os alicerces de nosso país.
A história foi contextualizada com dados do livro “Do outro lado do Atlântico – um século da imigração italiana no Brasil, do autor Ângelo Trento, Istituto Italiano di Cultura di San Paolo – Instituto Cultural Ítalo Brasileiro” e pesquisas avulsas em documentos de domínio público. O livro é tematizado, basicamente, mediante garimpagem e descobertas sobre a vida dos antepassados de nossas próprias famílias, cujas fotografias jaziam em álbuns sem nomes, mortos várias vezes, desconhecidos que eram. A garimpagem começou pelas fotos e são elas que contam as histórias dos integrantes de nossa família, cada foto revelava a história de uma vida, enredada em outra e assim, sucessivamente, chegamos a nossos trisavós. Italianos de várias partes da Itália se encontraram aqui, no Brasil, se apaixonaram, formaram famílias, sofreram, são essas histórias que esse livro vai contar mediante as fotos, ou melhor as antigas fotos irão contar.
Tais italianos fixaram-se no Estado de São Paulo, principalmente, nas cidades de Guaratinguetá e Campinas. Foram atraídos pelos acenos do Senador Vergueiro que criou a Casa Vergueiro & Cia, favorecendo as viagens e instalação dos imigrantes pelas fazendas das regiões como assalariados. Assistiram e atuaram na implantação da industrialização, nas mudanças de costumes, artes e avanços tecnológicos. Atravessaram a República Velha, Estado Novo, Regime Militar…
Os italianos e seus descendentes são parte ativa na construção de São Paulo. Por toda a parte vemos sua marca nas comidas, música, moda, entonação da fala.
Como finalização do livro deixaremos uma árvore genealógica em aberto como uma provocação, para que qualquer um entre na ciranda da busca de suas origens e com isso se sinta mais integrado no âmbito familiar e no mundo em que vive.